13/06/23

Pesquisadores estudam montanha embaixo do mar

(Foto: Ilustração Diário do Nordeste/Lincoln Souza)

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Pesquisadores descobrem que a maior montanha do Ceará encontra-se debaixo d'água. É o Banco do Aracati, a cerca de 120 km da cidade de Aracati, com mais de três mil metros e meio de altura e uma biodiversidade ainda desconhecida. O professor Marcelo Soares, do Instituto de Ciências do Mar da UFC (Labomar) fala sobre o intuito do estudo e o Banco do Aracati.

"Ele faz parte de um conjunto de montanhas submarinas, montanhas submersas, que nós temos na região, principalmente, do Ceará e do Rio Grande do norte.  O Banco do Aracati é um dos mais icônicos, principalmente, pelo seu tamanho e pela sua profundidade, sendo praticamente três vezes maior do que as montanhas que nós temos na região do Ceará, que chegam a mil, mil e cem metros. O caso do Banco do Aracati  nasce cerca de quatro mil metros de profundidade e ele chega nas regiões mais rasas do oceano, pode chegar até cinquenta, trinta, vinte metros de profundidade dependendo da região. Ele faz parte de um conjunto de montanhas que se liga a Fernando de Noronha, que é onde fica imersa. O intuito da expedição internacional foi entender melhor esse ambiente extremamente rico em recursos minerais, em biodiversidade marinha, em uma região importante para o Oceano Tropical, do Atlântico.

O Banco do Aracati é três vezes maior do que o pico da Serra Branca, em Catunda, de 1.154 metros, considerada a montanha em terra mais alta do Ceará. Marcelo Soares, professor do Labomar da UFC, diz que etapas se encontram a pesquisa e qual a relevância do Banco do Aracati:

"Ela é muito relevante, por exemplo, pra pesca, há registros de atum, cavalas, espadartes, grande número de recurso pesqueiros, e nós devemos ter uma biodiversidade única nesse local. Nós temos muitas outras a investigar, inclusive no contexto da economia azul e na conservação dos nossos oceanos. Conseguimos fazer coletas tanto com equipamentos que mostram a temperatura do oceano nessa região das montanhas, salinidade, características do oceano, características de nutrientes, indicadores da vida marinha. Essas amostras, parte delas foi pra São Paulo, parte pra Pernambuco e parte pro Ceará pra entender principalmente a biodiversidade, qual é o papel dessas montanhas na circulação do oceano".

A pesquisa do Banco do Aracati é conduzida pela UFC em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, o Instituto Oceanográfico da USP, além de pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha. A Marinha do Brasil também dá apoio à iniciativa.

Reportagem de Fernando Jocelito

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