28/10/21

UFC cria curativo de regeneração óssea

A pesquisa está em fase pré-clínica. Os resultados são promissores e apontam para novas etapas (Foto: Ribamar Neto/UFC)

Um curativo de regeneração óssea para uso odontológico está sendo desenvolvido na UFC. O projeto é fruto do mestrado e doutorado de Erika Luz, pelo Departamento de Engenharia Química, com apoio dos professores do Programa de Pós-Graduação Rodrigo Vieira e Fábia Karine Andrade.

A pesquisadora Erika Luz afirma que o objetivo foi criar um produto que pudesse evitar o enxerto, que é o tipo de procedimento utilizado atualmente em pacientes com perda de massa óssea. Esse enxerto é colocado para estimular o crescimento ósseo na região afetada. Após essa etapa, o cirurgião-dentista implanta um curativo para impedir o avanço da gengiva no local. Este é retirado se a regeneração for bem-sucedida.

O curativo em desenvolvimento tem características que simplificam esse processo. É o que explica Erika Luz:

"Produzimos um material capaz de induzir a formação óssea, e unimos a ele a capacidade de ser absorvido pelo organismo, sendo degradável. Eliminando também a necessidade de remoção desse material posteriormente, que causa estresse ao paciente, além do risco de infecção do tecido ósseo já reparado".

Para desenvolver o curativo, os cientistas buscaram simular a estrutura do osso humano. A fase orgânica, que é constituída de colágeno, foi produzida a partir de celulose bacteriana. Já a fase inorgânica, composta principalmente por carbonato de cálcio, foi reproduzida com outro mineral, o estrôncio.

A pesquisa está em fase pré-clínica, com testes em animais. Os resultados são promissores e apontam para novas etapas, como nos conta o orientador Rodrigo Vieira:

"Os próximos passos para essa nova pesquisa desta vez irão avaliar a capacidade de indução desse material através de um modelo de periodontia com dentes de animais. Então, finalizada essa etapa agora em 2022, nós devemos seguir com a fase clínica propriamente dita, que seria a fase com humanos. Espera-se, então, com esse conjunto de dados que nós já temos, e os que estamos aqui a obter, daqui até três anos nós tenhamos dados necessários pra fazer o registro desse produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)".

O projeto também conta com o apoio da pesquisadora Morsyleide de Freitas Rosa, da EMBRAPA Agroindústria Tropical, e dos professores Igor Castro da Silva, do Curso de Odontologia do Campus de Sobral, e Vilma de Lima, da Pós-Graduação em Farmacologia e Odontologia.

Com informações da Agência UFC, Raquel Dantas para a Rádio Universitária FM.

Tags:, , , ,

Deixe uma resposta

*