15/03/21

Exercício físico e saúde mental na pandemia

A dopamina e a serotonina estimulam humor e prazer, além de regular o sono, o apetite, o ritmo cardíaco e outras funções físicas (Foto: Reprodução/Internet)

O aumento dos casos de adoecimento psíquico no país já era uma preocupação antes mesmo da pandemia. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil tinha mais de 18 milhões de pessoas com problemas de ansiedade, a mais alta prevalência entre os países do mundo. Agora, depois de um ano de pandemia e uma profunda crise sanitária, política e social, o estresse e a ansiedade tem atingido cada vez mais brasileiros.

Neste período, um grande aliado da saúde mental tem ganhado bastante atenção: o exercício físico. Com a prática da atividade física regular, o organismo produz hormônios neurotransmissores que vão influenciar nossas funções psicológicas.

A dopamina e a serotonina estimulam humor e prazer, além de regular o sono, o apetite, o ritmo cardíaco e outras funções físicas. Já a endorfina promove sentimentos de euforia e felicidade, além de inibir a transmissão de dor.

Adeline Brindeiro, profissional de Educação Física e Pós-Graduanda em Funcional e  Corrida, reforça o impacto desses hormônios no organismo e seus efeitos para a nossa saúde física e mental:

"Através da atividade as pessoas vão se sentindo mais motivadas, garantindo uma qualidade de sono e disposição para o dia a dia. (...) quando esses neurotransmissores se encontram em baixas concentrações no corpo podem causar a depressão e a ansiedade. E por isso a importância da prática da atividade física. (...) principalmente nos dias de hoje na pandemia."

Em pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria, alguns dados demonstram como o adoecimento psicológico da população tem sido potencializado neste período pandêmico. 67% dos profissionais associados afirmaram ter atendido novos pacientes nos primeiros meses da pandemia. A maioria sem histórico de sintomas psíquicos. E 89% identificaram agravamento dos quadros psiquiátricos entre os pacientes.

Apesar da falta de motivação que o adoecimento mental provoca, os especialistas insistem nos efeitos do exercício e estimulam que é fundamental dar início a uma prática diária, mesmo dentro de casa.

Para isso, Adeline Brindeiro entende que o exercício deve ser encarado como um autocuidado e que cada pessoa deve encontrar uma atividade e um ambiente que sirvam de estímulo para manter a prática:

"A dica que eu dou é você encontrar um local na sua casa mais tranquilo, que você goste de ficar, faça um pouco de meditação, alongamentos e exercícios que você se sinta bem como você mesma. Uns exercícios mais leves."

Para quem vai dar início a uma nova atividade física, é recomendável que procure acompanhamento ou orientação de um profissional da área.

Raquel Dantas para a Rádio Universitária FM

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