19/01/24

Atividades culturais reduzem estresse e sensação de tristeza

Para 54% dos entrevistados da pesquisa Hábitos Culturais, a cultura é a atividade que mais proporciona bem-estar (Foto: Divulgação/ Folha Vitória)

Ouça "Pesquisa aponta que atividades culturais reduzem o estresse e a sensação de tristeza" no Spreaker.

A cultura é fonte de bem-estar para os brasileiros e ajuda na prevenção e no enfrentamento de problemas de saúde mental. É o que mostra a nova edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú em parceria com o Datafolha.

Para 54% dos entrevistados, a cultura é a atividade que mais proporciona bem-estar, superando o lazer e os exercícios físicos e esportivos – com 19% das respostas. Cinema, shows e festivais de música, além de ir ao teatro, ocupam os primeiros lugares entre as atividades culturais preferidas para se sentir bem.

De acordo com o levantamento, 61% dos entrevistados afirmaram que programas culturais reduzem o estresse, a sensação de tristeza e a solidão. A pesquisa ouviu 2.405 pessoas, de dezesseis a 65 anos, em todas as regiões do País.

A coordenadora de pesquisas no Observatório da Fundação Itaú, Esmeralda Macana, comenta sobre os efeitos da cultura no bem-estar:

"O que foi notado em primeiro lugar como o principal motivo é a convivência, a interação com as pessoas com 28%, seguidos em distração, diversão com 23% e que está associada também à questões que vem de consequências de um período de pandemia, um período bem forte que nos sucedeu pelo isolamento mas também por perdas de familiares, de amigos."

Ela também reforça a necessidade de mais incentivo às atividades culturais:

"Muitas pesquisas internacionais já mostram de como as atividades culturais propiciam oportunidades de aprendizagem para estudantes. São formas para favorecer o desenvolvimento integral, o desenvolvimento humano, de todo o cidadão. Então, por isso, da importância de favorecer e de propiciar, fomentar ainda mais essas atividades." 

A pesquisa destaca ainda que 42% dos brasileiros tiveram algum problema de saúde mental nos últimos doze meses. As mulheres foram mais afetadas que os homens, e a maior incidência desses problemas se deu nas classes D e E. Ao lado desses grupos, também estão os indivíduos mais jovens, de dezesseis a 34 anos. A maioria deles, 55 por cento, não tem trabalho.

Além dos impactos da pandemia de covid-19, Esmeralda Macana, da Fundação Itaú, fala sobre os fatores que afetam a saúde mental dos brasileiros:

"A gente vê que em populações mais vulneráveis são maiores os desafios porque aí  se junta inclusive questões de perda de renda...ações de enfrentamento pra saúde mental também devem ser multissetoriais. É importante promover aspectos que ajudem dimensões políticas, que ajudem a favorecer uma diminuição de fatores que afetam a saúde mental."

De acordo com a pesquisa, a região Nordeste concentra 50% das pessoas afetadas.

Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante

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