16/03/16

A Mulher que trabalha com Profa. Isolda Castelo Branco

O mês de março inicia um ciclo de homenagens, entrevistas e memórias sobre as mulheres e com a fala da mulher em evidência no Site da Universitária FM. O Memória, assim como o Ceará Sonoro e a sessão Entrevista, busca, neste mês, a opinião e o pensamento da mulher sobre a mulher em diversos setores e valores; o pensamento, as escolhas e as problemáticas de ser mulher na contemporaneidade brasileira.

No dia 27 de dezembro de 1983, a professora Isolda Castelo Branco Bezerra de Menezes, departamento de psicologia da UFC, membro do núcleo de estudo e documentação e informação sobre a mulher e diretora do centro Picapau Amarelo, falou no programa Opinião sobre a Dinâmica do grupo conjugal - o trabalho assalariado ou doméstico da Mulher, tema da sua tese de mestrado.

Isolda faz uma comparação, a partir da análise do discurso, entre duas estruturas familiares: entre a mulher que trabalha fora de casa e  a mulher que trabalha em casa, no trabalho doméstico. O trabalho não foi visto como a principal determinante da desestruturação familiar: nem pelos homens nem pelas mulheres. A pesquisa da professora busca as conclusões sobre a comparação e assim, se o trabalho da mulher causa desestruturação e crise no conceito de 'família brasileira'.

Para Isolda, a mulher trabalha fora de casa não por realização nem por uma opção muito consciente. Ela trabalha por continuidade, por que ela já trabalhava e trabalha também por motivo econômico, para ajudar o marido com o orçamento domestico. (...) Já o homem tem o trabalho como eixo da sua vida. (...) 

A mulher está em conflito ao trabalhar fora de casa. Por assumir e ter a responsabilidade de seus diversos papéis: de mãe, de profissional, de esposa e de dona de casa. Existe uma culpa permeando o discurso da mulher: se eu pudesse eu não trabalhava, se eu pudesse trabalharia só um expediente (...) Tudo que acontece na minha casa, me sinto responsável. (...) ela tá sempre conflitada, que o papel dela é ser mãe e não profissional.

Por fim, para a professora Isolda, a organização familiar e conjugal seria melhor resolvida se tivesse uma divisão: ambos trabalharem seja na área doméstica, seja na educação dos filhos. A divisão do trabalho que ainda não é bem organizada, que não é justa. A mulher acumula jornada de trabalho dupla, às vezes tripla (...) Se os homens participassem mais, entrassem na divisão de trabalho, mesmo que fosse através da paternidade. Por que eu acho que o trabalho doméstico para o homem aqui no nordeste ainda está muito longe de ser resolvido.

Escute a entrevista completa:

 

 

Está sendo impossível as mães tentarem assumir essa maternidade que o Estado patrocina, mas não dá infraestrutura. (...) Elas não tem uma estrutura que as possibilite realmente desempenhar o papel de mãe. É uma coisa muito injusta: esse mito da maternidade. A mãe é para ser mãe, mas ela não tem condições de ser mãe.

 

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