O Parque Adhail Barreto, no bairro São João do Tauape, foi criado por meio de decreto em 1983. O parque veio como resposta ao projeto de construção do Banco do Nordeste no local, que recebeu represálias de diversos ambientalistas. Dentre os manifestantes, o professor Flávio Torres, do departamento de física da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi um dos porta-vozes e o Memória desta semana resgata uma edição do programa Opinião que contou com a participação do professor.
No debate, Flávio Torres denuncia o descaso do poder público e da população com a preservação do Rio Cocó e de sua região. Ele pontua os esgotos das residências próximas ao rio, os aterros no local e o despejo de lixo nas margens como os principais fatores para a degradação da fauna e flora. Em dado momento, ele afirma que logo o Parque Adhail Barreto não servirá para coisa alguma, visto a deterioração do rio.
O professor também denuncia uma ligação entre o Banco Nacional da Habitação (BNH) do Rio de Janeiro e o Governo do Estado do Ceará. Segundo Torres, o BNH ofereceria serviços de aterro e saneamento caso o governo cedesse certas áreas para a comercialização. Para o professor Flávio Torres, tal prática transformaria o Rio Cocó em uma caixa de esgoto.
O programa Opinião de 24 de março de 1983, com o tema "O Rio Cocó em face do desequilíbrio ecológico em Fortaleza", contou com apresentação de Ricardo Guilherme, produção de Maria Tereza Garcia e operação de áudio de Paulo Frazão. Confira na íntegra: