O filme Pajeú, produção do diretor cearense Pedro Diógenes, será uma das atrações do Forumdoc.bh, Festival Do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte. Na história, acompanhamos a personagem Maristela, vivida pela atriz Fátima Muniz, uma mulher atormentada por pesadelos onde vê um monstro tomando forma a partir das águas do riacho Pajeú. Maristela então passa a pesquisar o processo de desaparecimento do riacho, na tentativa de recuperar a memória coletiva da cidade e contornar seu próprio esquecimento. O diretor Pedro Diógenes explica as motivações do filme e seu processo de criação:
“O Pajeú é um filme que nasce da vontade de falar sobre a memória de Fortaleza, ou sobre a falta de memória de Fortaleza. E aí, o riacho Pajeú, que é esse riacho que foi responsável pelo nascimento de Fortaleza, ele foi completamente esquecido, né? Então a gente usa o riacho Pajeú como símbolo dessa falta de memória de Fortaleza. E a ideia foi fazer uma construção coletiva com a equipe. Toda a equipe tem uma participação criativa muito grande no filme. Boa parte da construção do filme foi a partir do contato e das conversas da experiência da Fátima Muniz”.

Pedro Diógenes é diretor de Pajeú, produção premiada como Melhor Longa-Metragem Brasileiro no Olhar de Cinema de Curitiba (Foto: Arquivo Pessoal)
Antes de sua participação no festival de Belo Horizonte, Pajeú já havia sido exibido nos festivais internacionais Olhar De Cinema, em Curitiba, e FID Marseille, na França. Em novembro, Pajeú será exibido no Forumdoc, que acontece inteiramente de forma online, na Mostra Contemporânea Brasileira. Pedro Diógenes reforça a importância da produção cearense ser exibida no festival:
“É uma grande honra e uma grande alegria, né? É um festival muito sério, feito por pessoas que amam o cinema e que têm um olhar muito atento pra essa questão do documentário. É uma alegria muito grande quando a gente, realizador, vê nosso filme sendo exibido num festival tão importante e ainda tendo ao lado outros filmes que a gente gosta ou que a gente tá curioso pra ver, e isso mostra como o cinema brasileiro tá vivendo um momento potente, com muitos filmes, diversidade, quantidade e qualidade”.
O diretor também destacou a relevância desses festivais na difusão de filmes que não possuem grandes orçamentos para distribuição e publicidade, pois eles podem chegar, inclusive, em cidades do interior, onde as mostras acontecem mesmo que essas cidades não possuam salas de cinema. Para ele, essa é uma forma de atingir um dos principais desejos dos realizadores: que seus filmes sejam vistos.
Com o tema Essa Terra é Nossa Terra, a edição 2020 do Forumdoc acontece entre os dias 19 e 28 de novembro, contando com 71 filmes, organizados em 3 mostras centrais. Você pode encontrar mais informações no site oficial do evento. Para acompanhar a programação, os interessados devem se inscrever pelas redes sociais do festival, no @forumdoc.bh.
Reportagem de Gambit Cavalcante com orientação de Carolina Areal e Igor Vieira