18/06/18

Superstições e manias dos torcedores

O psiquiatra Adalberto Barreto analisa as superstições como rituais que têm como principal função reduzir a ansiedade (Foto: Agência O Globo)

Muitos torcedores costumam contar com algumas superstições para atrair a sorte e fazer com que seus times saiam vitoriosos nas partidas que disputam. Durante os jogos do Brasil na Copa não será diferente.

A origem dessas, vamos dizer , manias, são difíceis de definir. Por exemplo: existe alguma lógica em transformar uma simples peça de roupa em manto sagrado? Pois esse é o caso de Toinho Nascimento:

"Se eu for pro estádio assistir ao Ceará jogar, se eu não levar a camisa, eu não vou pro estádio. Eu só vou com o manto sagrado do Vozão."

Já Gonçalo Ferreira, no dia que seu time joga , utiliza alguns símbolos como espécies de amuletos da sorte:

"Na verdade, é uma toalha do Fortaleza. E essa toalha, quando eu termino de tomar banho, às vezes eu coloco ela de cabeça pra baixo porque é o escudo do time. Às vezes, a camisa também eu coloco e, se ele ganhar no jogo anterior com a camisa X, eu repito ela."

Marcelo de Araújo não consegue, em hipótese alguma , ver seu time do coração cobrar um pênalt em final de campeonato. A fórmula, segundo ele , funciona sempre:

"Quando o time vai pra uma final bater os pênaltis, eu não assisto porque eu acho que vai influenciar e eu vou perder. Aí eu prefiro não assistir e vejo o resultado quando sai. Eu acho que, se eu assistir, meu time vai perder."

Já a mania de Fernando Jocelito é mais estranha ainda. Ele nunca teve moto na vida e nem sabe pilotar o veículo, mas gastou um bom dinheiro para adquirir o seu amuleto da sorte:

"Embora eu não tenha carteira para moto e nem motocicleta, eu tenho um capacete com as cores do Fortaleza só para homenagear o meu time de coração, o Tricolor de Aço. Eu me lembro que, na época, esse capacete tava à venda, os motoqueiros davam um preço  eu paguei mais caro pra ter esse capacete."

O psiquiatra Adalberto Barreto, do Departamento de Saúde Comunitária do Curso de Medicina da UFC, analisa as superstições como rituais que têm como principal função reduzir a ansiedade:

"Toda cultura tem os seus rituais. A Copa do Mundo é o momento de agregar a comunidade pra assistir junto, pra celebrar. Aí se pinta o chão, se faz bandeirinha. É um momento de celebração e de agregação. Essa é a função dos rituais. É sempre reduzir a ansiedade."

Se as superstições funcionam ou não, fica difícil provar. Mas não custa nada usar algum artifício como simpatias, crendices, promessas a santos, para ver a nossa seleção, dessa vez, finalmente conquistar o tão sonhado hexacampeonato. Avante Brasil!

Reportagem de Márcia Vieira para o Jornal da Universitária

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