O jornalista e historiógrafo Miguel Ângelo de Azevedo estará neste sábado (25) na CAIXA Cultural Fortaleza. Nirez, como é mais conhecido, vai falar sobre sua trajetória e sobre as peças do seu acervo selecionadas para a exposição “Arquivo Nirez”, que está em exposição no equipamento cultural até 16 de abril. A palestra do colecionador será no Foyer Superior, às 16h, e a entrada é gratuita.
Nascido em 12 de maio de 1934, Nirez conta que nunca se graduou. Mesmo sem curso superior, o autodidata ocupa hoje a cadeira de número 26 da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo e é membro efetivo do Instituto do Ceará, onde ocupa a posição de número 12. Ele também é desenhista técnico aposentado e trabalhou na Rádio Universitária FM como funcionário, onde tem um programa até hoje como colaborador, o Arquivo de Cera.
A paixão pela música veio ao acaso. "Eu não gostava das músicas da minha época". Ele revela que preferia as canções que seu pai escutava quando era criança. "Valsa, samba, marchas carnavalescas, essas sim eu apreciava". Ele conta que quando a II Guerra terminou em 1944, o país se encheu de musica estrangeira. "Era fox americano, bolero mexicano, a música brasileira tinha regredido", lamentou.
Foi quando seu pai lhe deu um gramofone, em seu aniversário de 20 anos, que ele foi procurar discos com músicas que realmente apreciava. "Eu passei a comprar discos, saía buscando pela cidade, no comércio, reedições dos discos que meu pai tinha". Ele explica que a coleção começou a crescer quando iniciou a procura por discos em sebos, principalmente em São Paulo, na década de 1950.
Os mais de 22 mil discos de 78 rotações que Nirez tem em sua coleção são todos de um mesmo gênero. "Tudo música popular brasileira!", revela empolgado. Sobre um artista preferido, o colecionador explica que dá mais valor às músicas do que aos intérpretes.
Mais coleções
Quando começou a coleção de discos, ele teve a curiosidade de saber quem eram aqueles cantores. "Ao mesmo tempo que comprava os discos, eu adquirir livros a respeito das pessoas que cantavam aquelas músicas". Foi aí que sua biblioteca especializada em MPB começou a tomar forma. Também nessa mesma época, chegou às mãos do historiador algumas fotos da Capital. "Além de querer saber mais sobre os cantores, eu quis conhecer o rosto deles e foi nessa busca por fotos que me caiu na mão muitas fotos da antiga Fortaleza". Ele lembra que não conhecia muitos dos lugares das fotos e que era seu pai quem lhe falava sobre as fotografias. Ainda sobre as fotos, Nirez revela que o processo de escolha para a exposição levou em consideração a raridade e a curiosidade dos fatos que elas registraram. "Principalmente inaugurações e fatos históricos".
Dos mais de 140 mil itens da coleção de Nirez, 22 mil são discos (Foto: Igor de Melo)
Diversos outros itens podem ser conferidos na exposição, como gramofones, vitrolas, rádios, discos, partituras e outros artigos raros. O jornalista revela que não existe uma peça favorita, "são como filhos, não tem como gostar só de um". Ao final ele lembra de um item que não é favorito, mas tem um valor sentimental especial. Um raro gramofone de madeira fabricado nos Estados Unidos, em 1903, herdado do primeiro grande historiador cearense, Descartes Selvas Braga.
Hoje a coleção pessoal do jornalista tem mais de 140 mil peças. Dessas, mais de 27 mil são de fotografias, o mais importante acervo de fotos antigas de Fortaleza.
SERVIÇO
Palestra
Data: 25 de março
Horário: 16h
Local: CAIXA Cultural Fortaleza - Foyer Superior
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema
Classificação indicativa: Livre
Entrada Gratuita
Exposição: Arquivo Nirez
Data: Até 16 de abril de 2017
Local: CAIXA Cultural Fortaleza
Horários: terça-feira a sábado, das 10h às 20h | domingo, das 12h às 19h
Classificação indicativa: Livre
Entrada Gratuita
