Foi o convite de um amigo que levou o jornalista cearense Pedro Rocha ao mundo do audiovisual. Hoje, o cineasta conta com produções que já foram exibidas em festivais fora do estado e o seu mais recente trabalho, Corpo Delito, vai participar da Sessão Vitrine Petrobrás, que exibe filmes em mais de 20 salas pelo país.
Pedro começa falando sobre a concepção geral do filme. "Nosso objetivo era fazer um filme a partir do baculejo", o qual ele explica que é quando agentes de segurança realizam abordagens em jovens. "A gente queria problematizar como é que um policial escolhia uma figura que merece levar um baculejo". O cineasta revela que quis construir uma crítica ao "bandido bom é bandido morto" e ao atual momento político que Fortaleza e o Brasil vivem na seara da segurança pública e do sistema penitenciário. "O que a gente fez foi contar a história de uma pessoa que cometeu um crime, passou pela cadeia e que agora tá tentando se resocializar".
Ele explica que a fotografia usada na produção do longa quis mostrar a realidade dos grandes centros urbanos, onde bairros nobres cercam pequenas comunidades. "Isso é bem característico do desenvolvimento da nossa cidade, de como a cidade foi crescendo". Ele conta que o filme começa dentro da casa do protagonista Ivan e que a história avança de forma paulatina. "Depois aos poucos essa cidade vai se revelando". Ele esclarece que o filme se aproxima da Capital tanto na segregação urbana quanto em outros traços culturais, como a forma de falar.
O ex-integrante do Coletivo Nigéria fala também sobre a vida antes do audiovisual, quando foi jornalista de redação e professor universitário e revela como o tempo no Nigéria e a graduação de jornalismo influenciam em suas produções. Ele conta ainda que é fã dos seriados originais da Netflix e revela que pretende produzir uma obra de ficção no futuro. Confira na íntegra*:
*Entrevista concedida no dia 19 de abril de 2017 nos estúdios da Rádio Universitária FM.
