28/07/17

Oré Anacã e as existências dançantes do Brasil

Oré Anacã em um espetáculo de frevo, uma dança popular pernambucana (Foto: Alex Mendes)

Reisado, Frevo, Maracatu Pernambucano e Carimbó. Estes e muitos outros estilos de dança fazem parte do longo repertório de coreografias do Oré Anacã, um projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC), que surgiu em 2011 com o propósito de preservar e divulgar a prática de danças populares do Brasil. Para entender a jornada de esforço e pesquisa deste grupo, a Rádio Universitária FM conversou com Marcos Campos, professor do curso de Educação Física da UFC e coordenador do Oré Anacã.

Para produzir espetáculos que englobam tantas culturas diferentes, a pesquisa etnográfica é um dos pilares fundamentais do coletivo. Marcos Campos diz que todo o trabalho do grupo "tem que ser baseado em pesquisas no lugar (de origem da dança), porque estamos trabalhando com a cultura do outro, não se pode fazer de qualquer forma".

O Bumba Meu Boi é outra dança popular no repertório do Oré Anacã (Foto: Alex Mendes)

O Bumba Meu Boi é outra dança popular no repertório do Oré Anacã (Foto: Alex Mendes)

Com seis anos de existência, o Oré Anacã já atravessou o Brasil inteiro conhecendo e sendo conhecido. Cidades como Recife, Salvador, Ilha do Marajó, Parintins e Cuiabá já receberam o grupo. Com o intuito de preservação cultural, os espetáculos apresentados são profundamente influenciados pelas danças de ascendências negras e indígenas destes locais. Marcos Campos afirma que "os elementos da cultura afro-brasileira e indígena são pouco trabalhados ou nada trabalhados, isso já mostra que é importante fazer um trabalho de pesquisa e divulgação destes elementos culturais".

Em Tupi, Oré Anacã significa "nossa dança". Esta tradução da língua indígena reflete bem o espírito que perpassa o grupo. Com cerca de 30 integrantes, o coletivo é aberto à comunidade e busca um espaço de vivências relacionadas à cultura popular. Em suas apresentações, este projeto traz pedaços de existências e resistências ao público que assiste. Com graça e respeito, o Oré Anacã leva o espectador em uma viagem dançante pelas esquinas do Brasil.

Os ensaios do Oré Anacã são abertos ao público interessado e ocorrem nas terças e quintas das 18h às 21h e aos sábados das 14h às 17h. Quem desejar participar deve entrar em contato com a organização do projeto pelo Facebook.

Confira a entrevista* com o professor Marcos Campos na íntegra:

*Esta entrevista foi concedida nos estúdios da Rádio Universitária FM no dia 19 de junho de 2017.

A seção Entrevista teve produção e apresentação de Otávio Fernandes, operação de áudio de José Raimundo Lustosa, orientação de Igor Vieira, coordenação de Caio Mota e direção de Nonato Lima.

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